"Seja a mudança que você quer ver no mundo." - Mahatma Ghandi

A idéia deste blog surgiu a partir do contato com a realidade comum de diversos públicos: empresas, universidades, comunidades, etc. Depois de muito ouvir conceitos equivocados sobre o tema sustentabilidade, resolvi fazer a minha parte!

Bem-vindo! Fique à vontade para questionar, contribuir, transformar!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Educação para Sustentabilidade

Olá! A mídia tem constantemente divulgado fatos que mostram que o mundo está vivendo uma crise complexa, com diversos problemas danificando o meio ambiente e a vida humana de uma forma crítica. E agora pergunto: O que se tem feito para corrigir esta situação? Será que estamos tentando resolver estes problemas com as ferramentas adequadas?

Então, o tema de hoje é: “Educação para Sustentabilidade”, que me faz lembrar uma citação do Einstein:

"O nosso maior erro é fazer sempre as mesmas coisas e esperar resultados diferentes."

Uhm, isto é bem interessante, não!? Será que não estamos fazendo exatamente isto? O que tem mudado de fato nas grades curriculares para a formação de pessoas preparadas para esta nova realidade?

Vimos nas postagens anteriores conceitos bem interessantes como Capital Natural , Desenvolvimento Sustentável e “The Natural Step”, mas agora pergunto: Quantas instituições de ensino estão utilizando conceitos como estes para a formação de novos cidadãos?

Muiiita calma nesta hora, sim temos um grande caminho a trilhar na área de educação, mas já existem exemplos de iniciativas bem legais. Uma destas iniciativas (e que me orgulho de fazer parte) é o curso de extensão em Administração Sustentável realizado em parceria entre a Unindus/FIEP (Universidade da Indústria/Federação das Indústrias do Estado do Paraná) e a UFPR (Universidade Federal do Paraná). Veja a seguir o vídeo da formatura da primeira turma que ocorreu no dia 06/08/10:



Iniciativas como esta mostram que é possível (e necessário!) atualizar o sistema educacional. Pense sobre isto. Pensar para entender, sentir, mudar...




sábado, 14 de agosto de 2010

Capital Natural

Olá! Hoje vamos falar sobre Capital Natural, um conceito bastante difundido em 1999 por Paul Hawken, Amory Lovins e Hunter Lovis.

Mas o que é capital natural? Segundo a Wikipédia, capital natural é uma metáfora para os recursos naturais, como água, terra e os mínerais, quando vistos como meios de produção.


Assim, capital natural considera os serviços que a natureza realiza normalmente como: fornecimento de oxigênio, reciclagem dos nutrientes do solo, tratamento da água, manutenção do equilíbrio do clima, reciclagem de carbono, entre outros...

Você já parou para pensar que a natureza realiza estes serviços de graça? Mas que apesar da natureza não cobrar por estes serviços, eles representam um grande valor para toda a humanidade. Interessante, não?!

Alguns cientistas estão quantificando o valor deste capital natural, assim em um estudo de 1997, Robert Constanza (Universidade de Vermont, EUA) e outros cientistas estimaram o valor anual dos fluxos globais de 17 serviços da natureza. Os resultados mostram que o capital natural da Terra rende, anualmente, um fluxo médio estimado de US$ 33 trilhões (valores de 1994) por ano, valor 1,8 vezes superior ao produto bruto mundial (US$ 18trilhões)!

Este estudo deixa muitíssimo claro que os serviços da natureza proporcionam uma importante parte para o bem-estar humano neste planeta, assim é muito importante dar o devido valor a eles nos processos de decisão, caso contrário o bem-estar humano pode ser muito afetado.


Outra forma de ver esta comparação é que se quiséssemos substituir os serviços da natureza, precisaríamos aumentar o produto bruto mundial para US$ 33 trilhões. Esta “missão impossível” não aumentaria o bem-estar humano, pois apenas substituiria os serviços prestados pela natureza, e, além disso, esta suposição ignora o fato que vários serviços da natureza são literalmente insubstituíveis.

Se o valor do capital natural fosse considerado na economia, o sistema global de preços seria muito diferente. O preço dos produtos “commodity” que usam direta ou indiretamente os serviços da natureza seriam muito maiores, e os fatores econômicos, incluindo salários, juros e lucros mudariam drasticamente. O produto bruto mundial seria bastante diferente tanto em magnitude, quanto em composição se fossem adequadamente incorporados o valor dos serviços da natureza.

Outro importante uso do valor do capital natural é o de avaliação de projetos, onde a perda dos serviços da natureza seriam pesados contra os benefícios de um projeto específico.

Agora pense em quão diferente seriam os conceitos da economia e da sociedade se este conceito fosse utilizado intensivamente nos processos de decisão.
Pensar para entender, sentir, mudar...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

The Natural Step - Análise A, B, C, D

Vimos nas postagens anteriores o que é o TNS (The Natural Step) e as suas quatro condições sistêmicas (princípios de sustentabilidade). Hoje vamos ver de que forma aplicar o TNS.

Começaremos com a definição do termo “backcasting”, isto é, planejar antecipadamente a partir de um ponto de partida de sucesso no futuro. O termo, desenvolvido por um cientista da Universidade British Columbia, simplesmente diz respeito a “ver o passado a partir do futuro”. Interessante, não!?

Este termo me faz lembrar de uma citação de Peter Drucker:
“A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”.

Então vamos criar este futuro! Seguem os passos da Análise A, B, C, D:

A. Modelo de pensamento participativo
Compartilhar e discutir a estrutura de referência do TNS entre todos os participantes de um processo de planejamento. É importante nesta etapa que todos entendam como os 4 princípios da sustentabilidade podem ajudar a organização a se “sustentar” na crescente condição de escassez de recursos no planeta.

B. Observação da situação atual
Relacionar os problemas e os fluxos críticos do momento com referência aos princípios de sustentabilidade. “De que maneiras, e até que ponto, estamos contribuindo para a violação dos princípios de sustentabilidade no momento?” Então, desenvolver indicadores e instrumentos para monitorar a descontinuidade gradual dessas contribuições.

C. Reflexão sobre o futuro
Imaginar um futuro em que a empresa ou a atividade atual não fazem mais parte do problema. “Como os serviços que prestamos à humanidade, e nos quais somos especialistas, podem ser oferecidos de maneira a não contribuir para a violação dos princípios de sustentabilidade?” Relacionar todas as possíveis soluções (mesmo se forem economicamente “não realistas” em curto prazo).

D. Elaboração de um programa estratégico
Priorizar as soluções da lista C em um programa de atividades iniciais para a mudança. Começar pelas soluções mais fáceis e à medida que forem sendo implementadas, mais soluções da lista parecerão financeiramente realistas e poderão ser sucessivamente implementadas.


Para saber mais sobre o The Natural Step recomendo o site:
www.thenaturalstep.org e o livro: The Natural Step - A História de uma Revolução Silenciosa, autor: Karl-Henrik Robèrt, editora Cultrix.

Na próxima postagem vamos falar de outros conceitos de sustentabilidade. Até breve!